terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Desejos para a vida.

Logo mais faltara' menos de 24 horas para o fim de mais um ano.

Sabemos que toda essa questao de fracao de tempo foi inventado pelo homem e tals. Porem muitas vezes a limitacao do tempo nos ajuda e muito.

E' muito mais facil dizer "vou fazer tal coisa ate' dia X" do que dizer "vou fazer tal coisa ate' quando der". Esse "quando der" pode nao chegar nunca. Como nos seres humanos somos complicados, as vezes.

Ja' que 2013 esta' acabando quero desejar que 2014:

* seja bom, muito bom;
* que voce sorria mais do que chore mas se quiser/ precisar chorar, chore;
* que sobre saude;
* que nunca falte sorrisos;
* que voce leia um bom livro (ou dois, tres, cinco, dez, cem);
* que voce faca algo que nunca fez mas sempre quis fazer;
* voce divida algo que sabe com alguem (ou com um grupo);
* tenha orgulho de voce, dos seus dons e das suas atitudes;
* voce veja o mar, um por do sol e encontre formas nas nuvens;
* quando as dificuldades aparecerem voce seja forte para enfrenta-las;
* desejo, do fudo do coracao, que voce encontre a felicidade em voce e nao espere que ela venha dos outros;
* que nada nem ninguem lhe roube a paz;
* e que os amigos estejam sempre presente e que voce tambem se faca presente porque sozinho e' muito mais dificil.

Nicolas nao conseguia se equilibrar na bicicleta por causa do chao cheio de pedrinhas mas com a ajuda do primo tudo ficou mais facil.
Tudo o que eu desejo para voce desejo para mim tambem.
Feliz Ano Novo feliz para nos!

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Uma carta e muitas licoes

Desde uns dois anos de idade Nicolas faz cartinha para o Papai Noel. Sempre fazia (desenhava e nos (adultos) escreviamos para ele, depois ele comecou a desenhar escrever do jeito dele a partir dos 3 anos) colocava a cartinha na arvore e os ajudantes do Papai Noel recolhiam e levavam para o bom velhinho.

Durante tres anos o Papai Noel sempre atendeu os pedidos dele. Sempre. Esse ano, infelizmente, o Papai Noel nao ira' trazer o presente desejado mas com certeza a licao sera' aprendida: a vida e' dura e nem sempre conseguimos tudo o que queremos mas podemos aproveitar o que temos.


Adorei a cartinha. Achei linda e ele pediu mais de um brinquedo porque e' um para o pai, um para ele e outro para a mae ou seja ele pensou na familia toda.

Percebo o quando o Nicolas esta' crescendo nas pequenas coisas. Dessa vez ele pediu para colocarmos no correio a cartinha para o Papai Noel. Eu pedi a ele para tirar uma copia da carta para guardar de recordacao e ele permitiu.

Cartas e' uma das coisas que eu gosto muito nessa vida.

Quando foi a ultima vez que voce escreveu uma carta? Nem lembra mais? Entao nao perca tempo. Pegue papel, caneta e maos a obra. 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Corrente Cultural - Curitiba

Uma amiga mais do que querida me disse: "Aproveite as oportunidades que Curitiba te oferecer". E e' o que eu estou tentando fazer.

Em novembro aconteceu a Corrente Cultural aqui em Curitiba com uma programacao super variada, com varios eventos de cinema, literatura,teatro e musica. A divulgacao foi grande e eu imaginei que nao conseguiriamos ver nada. Mas posso dizer que foi muito legal. Muito bem organizado -apesar de um contratempo aqui ou ali- e me surpreendi.

Claro que as criticas sempre existirao, sempre vai ter quem quer so' olhar o lado negativo de tudo. Entao com essas pessoas nao adianta querer mostrar o brilho da lua porque ela so' vai conseguir enxergar a poluicao do ceu e vai perder o espetaculo maravilhoso que esta' acontecendo debaixo do nariz.

Fui com poucas expectativas. Quando vi a programacao apesar de nao conhecer muitos nomes, escolhi alguns e pensei: "o que conseguirmos ver sera' lucro" e outro pensamento esteve comigo todo o momento: "comecou a muvuca, vazamos. vou embora na mesma hora". Alias se estivesse intransitavel nem ficaria, daria meia volta volver e pronto.

No sabado ia ter o show do Guilherme Arantes e eu queria muito ver. Chegamos cedo e para minha surpresa estava vazio e o palco ainda estava sendo finalizado, sabe aqueles ultimos retoques? Foi assim ate' o artista entrar no palco.

Como ainda tinhamos um bom tempinho, aproveitei para descobrir onde era a tal "Boca Maldita". Ia ter alguma apresentacao por la' e eu queria ver (agora nem lembro mais o que era). E la' fomos nos andando tranquilamente ate' encontrar o local. Varias pessoas circulando, vimos um palco que era livre. Era so' chegar e se apresentar, bem legal, bem democratico.

Chegando na "Boca Maldita" estava no finalzinho do show da Wanderleia. Que emocao. Foi muito legal ver uma galera mais madura, mais de idade curtindo, cantando e aproveitando. Ela super animada, agradeceu o povo de Curitiba, ao sol (estava um dia lindo e quente de doer) e cantou lindamente. Wanderleia nao e' da minha epoca mas lembro de algumas musicas que tocavam la' em casa.


Voltamos para ver o show do Guilherme Arantes e foi maravilhoso. Comecou com um pouco de atrasado, uns 15 minutos acho e como estavamos bem na frente, vimos ele chegar, sair do carro e subir no palco. Ele foi super simpatico, conversou com a galera, alternou as musicas novas com as antigas e foi uma hora e meia de show. Nunca eu imaginei que aos 36 anos eu iria em um show do Guilherme Arantes e de graca, muito menos em Curitiba (mas tudo bem).



Depois levei o Nicolas para brincar um pouco, ele estava super paciente, foi meu companheirao mas tambem tem o limite dele. Entao brincamos um pouco,chupamos sorvete, comemos algo e continuamos aproveitando. Eu tinha lido algo sobre a Orquestra de Sopro e de Corda mas como nao sabia onde era o palco acabamos chegando no finalzinho da apresentacao da Orquestra de Sopro e esperamos ate' montarem o palco novamente para a apresentacao da Orquestra de Cordas.

Nessa hora o Nicolas ja' estava cansado e querendo ir embora mas assim que comecou ele adorou. Ficamos encantandos, que linda a mulher do violino, que postura, que sorriso de canto de boca.


Para apresentacao ficar melhor ainda (nao que precisasse) conhecemos e nos encantamos com o Paulinho Moska. Gente que cara animado, que astral, sorrisao, umas musicas bem legais, ele deve ser bem conhecido aqui porque a galera cantava junto em um coro lindo de ouvir e ver. 

A noite ja' estava chegando e o cansaco tambem entao voltamos para casa e levamos conosco esse sorriso lindo. Em todos os palcos tinha telao assim todo mundo conseguia ver em especial quem nao queria ficar la' no meio da galera.

Chegamos em casa cansados mas felizes, tomamos banho, ajeitei uma comida rapidinho e pulamos na cama porque ainda tinhamos o domingo e queriamos aproveitar.

Domingo logo cedo foi a vez que ir ver Palavra Cantada. O show a principio ia ver no MON (tambem conhecido como o Museu do Olho) essa mudanca aconteceu na quinta-feira, muita gente nao ficou sabendo e foi para la', inclusive na programacao que pegamos no sabado nao havia essa mudanca. Foi uma pena ver tantas familias chegando quando o show ja' havia terminado. 

No geral o show foi legal mesmo com um solzao de rachar as 10h da manha. O pequeno nao aproveitou muito porque ainda estava meio sonolento mas foi bom.


Fizemos uma parada no parque e depois passeamos um pouco na Feirinha do Largo da Ordem, comemos por la' e fomos para o Palco Ruinas Sao Francisco ver mais uma apresentacao de amigos que foi otima.



Eu ainda queria ver Blitz e Fundo de Quintal mas nao deu. Tava muito mas muito calor. Fomos ate' o local onde seria o show do Blitz enquanto o show nao comecava Nicolas participou de uma oficina de mandala de papel, muito boa e depois ate' vi o Evandro Mesquita entrando mas nao dava para ficar estava muito lotado. Entao fomos para o parque. E de la' para casa. O transporte estava funcionando super bem, nao esperamos muito nem pegamos onibus super lotados. A seguranca estava otima tambem. Nao vi brigas nem confusao. Tinha muita gente com suas caixas de isopor, muitas familias e muita gente do bem -pelo menos foi o que pareceu- aproveitando.


Nosso mes de novembro foi assim: uma delicia. E eu so' tenho que agradecer.

E voce tem aproveitado as oportunidades que a vida tem lhe oferecido?

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Nossas impressoes.

* nosso balanco depois de 2 meses e meio (sim ainda estou contando as semanas).

Como vemos/ sentimos o Brasil por enquanto:

Nicolas:
- mae por que as pessoas nunca pedem licenca? (????)
- aqui faz muitooooo calor mas chove e ta' frio. 
- to adorando comer pastel, doce e um monte de coisa gostosa.
- mae quero comer manga todo dia.
- quero ir para o nosso parque (em Londres, em frente da nossa casa, no caminho da escola, o parque do Peter Pan, do barco do pirata e de todos os parques que iamos sempre).
- por que as pessoas abracam tanto e tao apertado? 
- nao entendi ainda porque as pessoas falam tao alto. (nem eu meu filho, nem eu. Gra, a mae).
- queria andar de bici mas aqui nao tem lugar ne'? (ainda naoencontramos lugar, nem temos bici e nao me imagino dentro do onibus lotado com bicicleta para irmos ao parque que fica 20 minutos no onibus mais uns 15 caminhando).
- sera' que meus amigos da escola estao com saudade de mim e ainda lembram de mim. (ui essa doeu e muito).


Eu - Gra'
- eu nao lembrava o quanto o brasileiro fuma.
- eu nao lembrava o quanto os brasileiros se agarram, se abracam, se beijam e se amassam em qualquer lugar e a qualquer hora (e pessoas de todas as idades nao sao so' a molecada "jovem" nao).
- meu coracao esta' em frangalhos por ver tanto morador de rua em situacao tao vuneravel, familias inteiras as vezes, e serem tao invisiveis aos olhos de todos (eu fico paralisada muitas vezes por nao conseguir fazer muito, quer dizer nao poder fazer nada).
- que calor, que calor, que calor, que chuva, que chuva, que chuva, quanto raios e trovoes, ta' frio. Isso e' Curitiba (3 dias seguidos de sol e calor uns 5/6 de dias nublados, com garoa, chuva, frio mas nao esquenta logo vem mais 2 dias de calor e esta' tudo bem).
- eu me sinto uma mendiga andando na rua. Nao sei se eu que mudei demais da conta ou as mulheres estao muito mais arumadas e eu me sinto a largada, levo cada olhada da cabeca aos pes que e' de chorar mas nao to nem ai;
- tenho a impressao de que aqui tudo e' demais: calor demais, chuva demais, comida demais, falacao demais, cores demais. Tudo muito intenso e o que tem de menos, so' algumas roupas (de algumas mulheres, senhor ajuda-me a nao ver o que nao preciso, amem!).
- acho que tinha perdido totalmente a nocao de preco das coisas aqui. Tudo parece tao caro mas tao caro que nem sei o que dizer.
- vou comecar uma campanha: Nao de doces para meu filho, por favor. Cara que absurdo a quantidade de doces que dao para as criancas em qualquer lugar, ate' nas farmacias, que coisa sem logica.
- saudade de Londres, saudade dos meus amigos, saudade dos nosso encontros.
- saudade de conversar toda semana com minha amiga, como faziamos.
- vontade de trabalhar, de estar com a rotina mais ajeitada, de nao ter que depender de "QI" para conseguir algo (odeio isso, quero conseguir algo pelas minhas capacidade e nao porque alguem me indicou aff).
- vontade de viajar mas enquanto nao conseguir um trabalho nao posso me dar esse luxo.

*** esqueci de algo: - brasileiro continua nao sabendo o que e' bunda, isso mesmo, tem que quebrar o pescoco para olhar uma e se certificar o que e'. E nao importa se a mulher esta' acompanhada ou nao, ele olha mesmo na cara dura. Que nojo e falta de repeito, e' incrivel de triste.

Tem muito mais coisa mas paro por aqui porque nao quero parecer tao negativa. Tem sido bom apesar dos desafios.

Algumas vitorias boas depois de um processo trabalhoso mas conseguimos: Nicolas ja' tem CPF (que deu mais dor de cabeca que tudo mas saiu), RG e escola publica municipal para o ano que vem (conto mais em outro post porque merece).

Agora quero fazer uma brincadeira, uma apostinha como diz meu marido, ele adora brincar de apostinha boba e no final rimos ate'. Entao vamos la': quanto tempo voces acham que nos conseguiremos ficar sem carro?

Apostas, por favor e vamos rir porque e' o melhor remedio, tem jeito nao.

Essa foto naotem nada a ver mas deu vontade de colocar aqui.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Rir e' o melhor remedio.

Antes de contar meu "causo" da quarta-feira quero fazer duas observacoes. Ah! tenho vivenciado varios "causos" por aqui, e' bem gostoso esse resgate da cultura brasileira.

--> As observacoes:

1) Pare uns segundos e pense no que te vem a mente quando alguem te fala Londres. Mais pra' frente voce vai entender porque eu te pedi para fazer isso.

2) Desde que cheguei aqui em Curitiba sempre que no meio de uma conversa surge a pergunta "voces estao vindo de onde?" eu digo Sao Paulo. 

Por dois motivos (eita que hoje e' dia do dois): 
* seguranca - tenho medo de sofrermos algo porque estamos vindo de exterior e cheios de dinheiro. Se alguem achar a parte do "cheios de dinheiro" me avisem por favor. So' para deixar claro, NAO estamos cheios de dinheiro. Estou procurando trabalho e preciso comecar janeiro ja' empregada, se por acaso eu nao conseguir nada na minha area vou partir para qualquer outro emprego: supermercado, loja, o que aparecer porque nao da' para ficar sem trabalhar no Brasil. 
* nao tenho porque ficar falando da minha vida para quem acabei de conhecer. Me desculpem mas e' isso mesmo, podem ate' me chamar de chata, exibida, orgulhosa (como ja' fui chamada) ou sei la' mais o que. O que eu gostaria que algumas pessoas entendesse e' que nao sou melhor do que ninguem so' porque morei um tempo fora. Algumas pessoas as vezes ate' olham com um ar de "blergh" quando dizem que eu morei em Londres. Entao prefiro continuar quieta e na minha.  Este post esta' otimo e concordo com muita coisa que a autora diz.

So' comento que estamos vindo de Londres com que eu acho necessario. Os familiares e amigos mais proximos ja' sabem, ai inclui medicos e pessoas que me entrevistam para saber sobre.

****
Agora o "causo" da quarta.

Conheci uma senhora muito gente boa, fala baixa, calma, parecida com uma senhora seria daquelas que tem muita experiencia mas muito, muito humilde mesmo. Me ouviu e quando disse que estavamos vindo de Londres (ela precisava saber) levantou a pestana e redobrou a atencao (so' depois entendi o motivo).
Quando terminei aconteceu um dialogo mais ou menos assim:
- Voces estao vindo de Londres, foi? 
- Isso, Londres.
- La' e' maravilhoso ne? Primeiro mundo.
- E' (tenho me limitado a dizer isso, nao adianta gastar saliva e dizer que la' tem muitos problemas tambem. As pessoas continuam imaginando que o "exterior" e' um mundo encantado paralelo e que somente aqui no Brasil e' tudo terrivel, horroroso).
- Uma vez fui para la' de excurssao. Falou a senhora toda feliz.
- Que bom e a senhora gostou de la'? 
- Adorei. Tudo tao lindo ne'? Teve um dia que fomos em uma loja dessas de departamento, tipo a Marisa mas era enorme, tinha coisas de casa - essas coisas de cama, mesa e banho, muita roupa - aquele monte de araras e as roupas la' que voce podia ver (acho que ela estava falando da Primark) e tinha tambem calcinhas. Nossa umas calcinhas tao boas, sem costura, que vem 3 em um cabide sabe?
- Sei.
- Comprei algumas e no outro dia fiz todos irem comigo la' para eu trazer um estoque. Esses dias mesmo eu tava falando com umas amigas que temos que voltar para Londres porque to precisando de calcinhas.

A conversa depois voltou ao rumo que ela tinha que seguir e minutos depois vim embora.

Fiquei pensando nessa conversa e acho que o que faz o brasileiro aguentar tantas "pauladas" e' um pouco desse humor, dessa leveza. E' preciso rir de algumas coisas, deixar outras para la' e seguir o caminho.

Quando voce pensou em Londres, o que veio a mente? O Big Ben, o Parlamento, a National Gallery, Shakespeare, o frio, uma cidade rica, os soldados no Vietna/ Iraque, fish and chips, onibus de dois andares, as cabines telefonica, os incendios, as pontes e tantas outras coisas mas acho que nunca voce relacionaria LONDRES com CALCINHAS sem costuras.

E' ou nao e' para rir e ficar mais leve assim como as ditas calcinhas porque rir ainda e' o melhor remedio.

(Foto de outubro/ 2013 - Esse menininho continua me dando leveza para as coisas pesadas da vida e continua assoprando a plantinha linda.)


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Como posso ajudar?

Lembro que participava de um grupo em uma igreja que eu frequentava e tinhamos um contato muito proximo com o padre. Eu fazia parte da Pastoral da Comunicacao e juntos -eramos em um grupo ate' que grande com umas oito pessoas na ativa- faziamos um jornal mensal. Era uma delicia mas bem trabalhoso tambem, com prazos para cumprir, levar arquivo para grafica, buscar material impresso, distribuir e tudo mais

Aprendi com esse grupo que se for reclamar de algo ja' tenha alguma solucao na cabeca porque era assim com aquele lider (o padre na epoca). Se voce tinha uma sugestao de algo ja' tinha que ir preparado para realiza-la. 

Outro dia (26/10) postei isso no facebook e agora quero trazer para ca' para ficar registrado.

***

Aos sabados vamos a uma feira de rua que na frente tem um parquinho.

Ele e' simples, tem 3 brinquedos mas e' em uma boa area com areia e as criancas podem correr.
So' que essa area do parque e' suja, a areia e' suja, cheia de bitucas de cigarros, cacos de vidros, caixinha de cigarro, latinhas, copo de plasticos etc.
Isso me incomodou desde a primeira vez que fomos la'.
Hoje pensei: "o que eu posso fazer aqui para melhorar essa situacao?"
E enquanto meu filho subia no escorregador, dei uma olhada ao redor e tinha alguns pais (poucos) que nao pareciam incomodados, algumas criancas brincavam de fazer castelos na areia e eu so' pensava na areia suja.
Como eu queria um rastelo.
Entao vi a kombi do pessoal da limpeza da prefeitura, que faz a limpeza da rua assim que a feira termina. 
Fui la' e perguntei se eles tinham uma pinca e um saco de lixo para me emprestar que eu ia limpar um pouco o parque.
A cara do homem foi engracada, eu acho que ele pensou: "que que essa mulher ta' falando". Mesmo assim me emprestou a pinca, me ensinou como usava porque era um modelo que eu nunca tinha visto e perguntou se eu queria ajuda .
La' fui eu, a pinca, o saco de lixo e meu filho de volta para o parque. Enquanto o pequeno brincava, eu fiquei catando a sujeira. 
Meu filho comentou que eu tava parecendo um varredor de rua, aproveitei para dizer o quanto esse profissional e' importante porquem sem ele o parque fica sujo, emendei e comentei que as "pessoas precisam ajudar tambem senao o parque nao fica limpo. O varredor limpa, alguem vai e suja e quando chegamos esta' daquele jeito, sujo".
Era quase meio dia. Ficamos la' uma meia horinha, nao consegui limpar a areia inteira mas metade consegui.
Voltaremos la' e farei o mesmo caso ainda esteja sujo. 
Os olhares das pessoas era de surpresa, espanto e de risinhos de canto de boca mas eu nem dei bola.
So' lembrava da Claudia* dizendo que precisamos cuidar dos espacos publicos, nossos espacos publicos.
Nao fiz para me aparecer nem estou contando aqui para isso. Fiz pelo meu filho, pelas criancas que frequentam aquele espaco, por nos.
So' estou dividindo o que aconteceu porque so' reclamar nao adianta, so' dizer que a areia esta' suja, que ninguem cuida, que a prefeitura nao faz nada, que o brasileiro isso ou aquilo tambem nao faz magica. E eu o que estou fazendo? Nada tambem.
Entao antes de reclamar vamos tentar ajudar, achar solucao e fazer nossa parte.
*Sei que cuidar de parques e pracas nao e' algo novo mas se cada um fizer a sua parte, juntos podemos fazer muito.


*Para conhecer mais a Claudia e' so' dar um pulinho no blog Simplesmente.

** Vamos nos "apropriarmos" dos espacos publicos, eles sao nossos e nos fazem muito bem. Menos computadores, mais brincadeira.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Curitiba e' Colorida!

 De repente encontramos esse "casarao" em uma esquina.
 Os grafites espalhados pela cidade sao lindos. Verdadeiras obras de arte.

 A entrada da Catedral tem um charme especial.
As cores da Primavera da' a entender que o Verao esta' chegando ao mesmo tempo lembrei tanto das cores do Outono.

Existe muita cor e muito amor em Curitiba.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Uma historia da historia.

Queria muito ler algo. 
Algo leve talvez engracado, nada muito dramatico, nem romantico demais. 
Nao queria nada que me prendesse muito, nada que me tirasse o sono para isso ja' bastava a insonia, ansiedade e as preocupacoes da nova vida.

Entao o que eu fiz? Pedi ajuda aos amigos:

Em respeito as vezes ocultei os nomes e as fotos dos perfis 
ja' que nao pedi autorizacao para ninguem para postar a publicacao aqui.

Peguei a lista e fui no sebo. Para meu desespero nao tinha nenhum desses livros e enquanto meu filho fucava os gibis eu fiquei passando os dedos e os olhos nos titulos.

Deixa so' eu contar uma coisa: esse sebo e' bem simples, pequeno, nada muito organizado. O forte dele sao as revistas e revistinhas, ai a coisa e' mais seria. Os livos estao la' para quem quiser e so' depois descobri porque.

Dentre os muitos livros de auto-ajuda, religiosos/ espiritas e alguns de literatura nacional avistei uma pilha generosa de livros da Agatha Christie. Confesso que nunca havia lido nenhum livro dela e a unica coisa que eu sabia era que eram historia mais policiais, de suspense e que ela era britanica ou inglesa.

Naquela pilha um livro em particular me chamou a atencao, peguei-o e li a contracapa (a capa das costas do livro), o preco era otimo e pensei: "vai ser esse mesmo".

Engracado que o nome do livro era "Filha e' Filha" e mostra um outro estilo da escritora. Gostei porque foi algo leve e li em poucos dias mas nao sei se compraria outro desse estilo ou da mesma autora. 

O que eu mais gostei? A historia se passe em Londres. E' incrivel ler e lembrar de alguns lugares que eu ja' estive alem disso e' um livro de 1952 e os dramas continuam tao atuais.

O que eu menos gostei? Apesar de gostar da trama mae>filha, achei a narracao um pouco fraca. Ou seria a mae que fraquejou e deixou a coisa desgringolar? Ou sera', ainda, que eu vi naquela mae a minha mae e fiquei com raiva?  Nao sei.

O melhor mesmo e' que li algo, consegui dormir um pouco melhor porque me ocupava lendo e quando deitava conseguia dormir de 4 a 6 horas seguida e quando voltei no sebo descobri que ele funciona quase como um local de troca. Se o livro estiver em bom estado o senhor compra o livro de volta pela metade do preco. Entao peguei outro que eu relutei em comprar da primeira vez (e e' o livro que estou lendo agora) e ele abateu metade do preco do primeiro. Adorei esse escambo.

A sinopse do livro da Agatha Christie "Filha e' Filha" diz assim:

"Aos 19 anos, Sarah, filha única de Ann Prentice, viaja para uma estação de esqui na Suíça. Com a partida, Ann passa a sentir um estranho vazio - ela não se sentia assim desde a morte do marido. Na mesma noite, essa mãe dedicada conhece um homem com uma história de vida trágica, e os dois se apaixonam. Acostumada com a atenção integral da mãe, ao voltar de férias, Sarah terá uma surpresa..."

Mais informacoes aqui.

Uma frase que eu grifei e que me fez pensar, me deu um cutucaozinho de leve (principalmente pelo momento que estou passando) "... quando ficamos um bom tempo longe, a tendencia e' voltarmos para casa e colocarmos defeito em tudo que nao e' exatamente como lembramos." Sr. Cauldfield.

Esse foi o livro que eu li em outubro em meio a tantas coisas que fiz. E este post faz parte do Mosaico do Blog da Clau. (Atualizo amanha porque agora esta' dando erro e o blog nao abre)

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A Generosidade do Brasileiro #1

Um mes antes da data marcada da minha viagem ela se ofereceu para nos buscar no aeroporto.
Eu insiste que nao precisava, nao queria incomodar, ainda comentei que pegariamos um taxi ali no aeroporto mesmo.
Ela, pacientemente, me explicou que os taxis nao sao muito confiaveis, que nao era muito seguro tentar marcar com eles antes porque geralmente nao apareciam.
Eu, que nao conhecia a cidade, preferi nao arriscar e aceitei a ajuda.
No dia e hora marcado ela estava la', nos esperando, com um sorriso no rosto, um abraco apertado e que alivio que foi ver uma carinha conhecida em um lugar desconhecido.

Abracos, olhares, sorrisos. Pega mala poe no carro, tira mala e sobe com elas, pesadas, no elevador. 

Ela que alem de paciente, carinhosa, educada e' muito generosa. Nao precisava mas ela quis fazer um carinho a mais, pensou em nos, nos detalhes e nos presenteou com uma linda caixa. 

Eu fiquei sem palavras, sem acao e so' conseguir dizer: "Muito obrigada de coracao".

Na caixa um kit de primeiros dias com uma garrafa de agua, papel higienico, frutas,  umas bolachinhas e uma plantinha que esta' crescendo lindamente por aqui. 

O Brasil e' enorme e a generosidade de algumas pessoas e' proporcial ao tamanho do pais.

Ela nao precisava fazer isso mas fez porque quis.

Thais muito obrigada de novo.


Thais e' artista, mae, empreendedora e muito mas muito caprichosa. Saiba mais sobre o que ela faz no Santo Atelie.

* Este e' o primeiro post de alguns que pretendo escrever sobre a "Generosidade do Brasileiro" porque tem muita gente do bem me ajudando. Pessoas que me viram algumas poucas vezes e outras que nem me conheciam. 
Quero e estou focando no lado positivo porque no lado negativo ja' tem muita gente para tacar pedra e jogar a lama no ventilador.

sábado, 19 de outubro de 2013

Um pouco de Curitiba

* pelos meus olhos e e' so' um pouquinho do que eu vi ate' agora. Ainda ha' muito para visitar/ ver e conhecer.











Essa foto nao podia faltar e foi o Nicolas quem tirou na maquina dele com filme. Revelamos e eu tirei uma foto da foto porque ela ficou tao linda.

Aos poucos vamos "descobrindo" e se encantando com essa cidade tao linda do nosso Brasil.

sábado, 5 de outubro de 2013

Terceira semana e contando.

Contando, contando e contando.

Porque sou uma boba ja' que contar os dias ou semanas nao vai mudar em nada. Delimitar o tempo parece que torna a coisa mais palpavel, se e' que e' possivel.

Apesar da sensacao estranha que sinto, muitas vezes tenho a impressao que estou de ferias, logo, logo farei minhas malas e retornarei para minha casa, la' longe. Sei que isso nao acontecera', tento nao me iludir e viver aqui apesar dos pensamentos estarem mais por la', por enquanto.

Sair da zona de conforto e' dificilimo. Conseguir fazer uma lista enorme de pontos positivos de algo so' para se manter ali, firme e forte, agarrados no nosso mastro/ time/ equipe, e' facil. Aquele velho ditado nunca foi tao verdadeiro: "em time que esta' ganhando nao se mexe". 

Se esta' tudo bem para que mexer?

E a pergunta que fica no ar e': esta' tudo bem? Ate' que ponto e para quem esta' tudo bem?

A decisao de ir/ vir/ ficar nao e' uma decisao facil. Nao foi uma decisao facil para nos. O X da questao e' que quando nos juntamos e  formamos uma familia tudo mudou. Nao e' mais somente EU, o que eu quero e pronto. Somos nos.

Pesar os pontos positivos e negativos de morar longe foi um exercicio semanal. Foram horas e mais horas de longas conversas. 

Em 2003 quando decidi sair do Brasil sempre tive em mente que em dois anos eu voltaria. Nunca, jamai,s passou pela minha cabeca ficar fora mais do que isso e eu sabia que era por um tempo determinado e nao para sempre. Relembrar esses detalhes me ajudou a me situar na situacao de voltar.

O que mais pesou para nos foi a falta da familia. O Paulo pertence a uma familia grande, e' o cacula e sente muita mas muita falta da familia dele. Eu, conforme fui perdendo pessoas queridas e muito amadas fui perdendo um pouco a alegria de estar longe. Ate' porque quando eu decidisse voltar ja' nao teria mais como recuperar o tempo "perdido" com quem nao esta' mais proximo.

Ao mesmo tempo depois que meu pai faleceu, a minha voltade de voltar ao Brasil diminuiu um pouco. Eu nao conseguia imaginar chegar no aeroporto e nao encontra-lo. Tanto que nem fui direto para Sao Paulo, so' passamos e foi tao corrido que nem percebi que estava em Sao Paulo.

Privar o Nicolas do convivio com os avos, tios, primos, amigos queridos e de longa data tambem nos deixava muito triste. E como, infelizmente, nao conseguiamos vir para o Brasil todo ano, a melhor solucao foi  voltar.

Se voce me perguntar hoje se estou bem? Sinceramente ainda nao sei.

Como disse em outro post, aqui (Brasil) e' tudo muito intenso, estamos na fase de adaptacao que pode durar um mes, tres meses, seis meses, um ano ou anos. Nao sei, de verdade.

Gostaria que algumas coisas fossem mais faceis e menos caras? Adoraria mas nao sao. Entao e' arregacar as mangas e batalhar, de novo, como sempre foi.

O Brasil mudou? Nao sei tambem e ainda, o que sei e' que eu mudei. 

A vivencia que eu tive na Espanha e em Londres me transformaram. A maternidade me transformou, me tirou do meu lugar de sossego, do meu egoismo, da minha infantilidade, me fez perceber que o mundo nao gira em torno do meu umbigo, me mostrou a fragilidade da vida, me deu um cutucao tao grande que eu percebi o quanto eu preciso me cuidar, me amar e estar bem para poder passar tudo isso para meu filho. Minha vida nao percente somente a mim mais.

***
Talvez esse post nao diga absolutamente nada para quem le e acompanha o blog mas ele estava meio entalado na garganta, tava doendo no ouvido, martelando na cabeca. Talvez seja porque o que eu mais ouvi nesses ultimos meses foi  "voces sao loucos de voltar", "quando todo mundo quer ir embora, voces estao voltando" e a pior melhor "voces vao voltar (para Londres), pode escrever ai".

Volto a dizer o que ja' disse e sempre comento: Nao importa aonde voce esta' mas como voce esta'. 

As oportunidades existem em todos lugares resta a nos sabermos aproveita-las.

***
Ver a cara de felicidade do Nicolas ja' deixa meu coracao mais calmo.

E nao, nao estou fazendo nenhum sacrificio por ele ou pelo Paulo, vim de livre e espontanea vontade. Lembro que doeu muito mais deixar o Brasil em 2004 do que deixar Londres em 2013 mas Londres tem um lugar especial no meu coracao, para sempre. E a vida segue.

Nicolas e a bisa.
Bisa =  minha avo', minha maezona.
Que alegria foi ve-los juntos (novamente)!


Pedacos da minha vida que agora tambem fazem parte da vida dele.



sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Dia de Agradecer

Hoje e' mais um dia de agradecer.

* Muito obrigada Senhor por nossas vidas, por termos saude e um lar para nos acomodar.

* Muito obrigada ao sol lindo que esta' fazendo hoje, ainda que gelado.

* Muito obrigada pela recuperacao da saude do Nicolas e pelo trabalho do Paulo que nos permitiu pagar uma consulta particular com um pediatra para tirarmos nossas duvidas e sabermos se o tratamento estava adequado.

* Muito obrigada por colocar pessoas boas no nosso caminho. Sozinha eu nao daria conta de tudo.

* Muito obrigada por me dar forca e paciencia. Forca para me sustentar e paciencia para eu seguir em frente.

* Muito obrigada por me lembrar que eu posso, se eu quiser. E eu quero dar conta dessa nova mudanca, independente, de todos os desafios.

* Muitissimo obrigada pelo pao nosso de cada dia, que nao tem faltado, tem se multiplicado e me ensinado muito sobre "partilha".

* Muito obrigada (novamente) pelos amigos que nao nos abandonou em nenhum momento. Sempre estiveram e estao presentes com mensagens, emails, ligacoes, carinhos, encontros e abracos. 

E no meio de todas as novidades que estamos vivendo, amigas queridas, companheiras e de longa data organizaram um encontro. Conversamos, rimos, trocamos dicas, as criancas brincaram e ainda tiramos fotos. Muito obrigada Dani e Thais encontra-las a semana passada foi um momento de grande alegria para nos.

Na foto: Thais, eu, Dani e Renata.
Foto do telefone da Re.

Como foi sua semana? Como tem sido seus dias? Voce tem algo para agradecer? Nao deixe passar batido, ser grata a vida e' otimo e faz um bem danado.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O tamanho do buraco.

As vezes a gente so' consegue perceber o tamanho do buraco quando esta' dentro dele.

Hoje faz duas semanas que nos chegamos em Curitiba. Foram muitas emocoes, muitos sentimentos misturados - um que de "nossa quanta novidade" com "ai que saudade da minha casinha"- muito calor, muito sol, muita luz, muita gente, muitos abracos, muitos beijos, muita comida, muito barulho e de repente frio, chuva, raios, trovoes e muita chuva mesmo.

Chegamos em Curitiba e dias depois fomos para Sao Paulo por quatro dias so'. E ha' uma semana, quando voltamos de Sao Paulo, vivemos uma experiencia "nao muito boa" digamos assim. Porem e' uma experiencia que muitos brasileiros vivem todos os dias, nao se incomodam, nao se assustam e nem questionam. Arrisco dizer que nao questionam porque e' isso que tem, entao esta' bom, melhor do que nada.

Quarta passada quando chegamos de Sao Paulo, o Nicolas estava com uma tosse seca, super cansado, incomodado e tinha tido crise alergica nos dias anteriores (na segunda fraca e na terca mais forte).

Como durante o dia ele nao melhorou e comecou a sentir dificuldade em respirar, fui para a emergencia de um hospital infancil publico de referencia aqui em Curitiba. Pelas minhas pesquisas antes de vir ele e' o hospital mais proximo de casa.

Chegamos la' e entramos na primeira porta, estava frio, garoando e eu nao sabia para onde ir. Entrei, peguei a senha e sentei. Segundos depois nos chamaram:
- RG e carteirinha do convenio, por favor.

EstavaMOS no lugar errado, claro. A moca me indicou onde era a entrada para o atendimento pelo SUS. Na porta havia um cartaz dizendo que so' atenderiam quem viesse encaminhado pela Unidade de Saude, nem pensei em nada caso nao nos atendessemos, entrei e fiquei perdida.

Um caos. Nao sabia para onde ir, com quem falar, tinha duas pessoas gritando nomes de criancas, pais encostados em uma parede que pareciam formar uma fila mas nao era, so' descobri depois.

Fui ate' o balcao na cara e na coragem, correndo o risco de ouvir uns gritos que eu estava furando a fila, falei para a moca o que o Nicolas estava sentindo, ela disse que so' atendiam com encaminhamento da Unidade de Saude mas que iam abrir uma excessao HOJE, pediu nossos documentos e nos disse para aguardar.

O hospital estava cheio, muito cheio, com muitos bebes. Uma meia hora depois nos chamaram para fazer o cadastro, a moca me pediu o cartao do SUS, que nao temos e disse para providenciar em uma Unidade de Saude. Entao eu perguntei se ela sabia qual a Unidade de Saude mais proxima da minha residencia (ja' que eu havia passado o endereco) e ela disse que nao sabia, eu que tinha que procurar.

Sentamos novamente e depois de mais meia hora fomos chamados. Uma enfermeira fez uma triagem para saber quao urgente era nosso caso, mediu a temperatura, os batimentos cardiacos e disse que se caso ele ficasse com os labios ou as pontas dos dedos roxos era para eu ir imediatamente falar com ela. Terminou dizendo que naquele dia o hospital estava muito cheio e que o tempo de espera era de 2h a 3h. 

E nos esperamos, no frio, a porta estava aberta e entrava um vento gelado terrivel. Nao parava de chegar pais com criancas no colo. O Nicolas cansadao, ele era uma das poucas criancas grande naquela sala de espera.

Tinha hora que o barulho era ensurdecedor, uma mistura de choro, burburrinho de conversa, as pessoas chamando para o atendimento, o barulho que vinha de fora. Acho mesmo que eu estava muito cansada e talvez tudo tenha tomado uma proporcao muito maior do que foi.

Passado duas horas e meia chamaram o nome do Nicolas e la' fomos nos. Uma mocinha (inha inha mesmo) nos atendeu, perguntou o que estava acontecendo, ela foi digitando no computador, depois pediu para ele sentar em uma maca, ouviu peito, pulmao, checou atras da orelha, verificou olhos e pontas das maos. Em seguida pediu para ele deitar, aperta aqui, ali e acola'. Senta de novo e ela pediu para ele abrir a boca ***nesse momento foi surreal*** ela sacou do bolso do avental seu super celular "Aialgumacoisa" acendeu a luz e verificou a garganta dele. 

Nao, nao tinha nenhuma daquelas luzinhas de mao que deveria ter em qualquer hospital.

Ela, entao, pediu para o Nicolas voltar para o meu colo, so' tinha uma cadeira e disse que o pulmao dele estava limpo e que ia chamar a doutora. {{{{Ela era residente!}}}.

A doutora chegou, tao nova quanto a primeira mas pelo visto ja' tem um olhar mais apurado, pois so' de olhar para o Nicolas percebeu que ele nao estava respirando direito. Pediu para ele sentar na maca de novo e refez o exame clinico, no momento que ela colocou o estetoscopio no peito dele ja' falou: "Tem chiado aqui sim".

Chamou a estudante e pediu para ela escutar de novo. Eu havia comentado que ele tinha dermatite atopica e entao ela comecou: "Mae a partir de agora voce tem que saber que seu filho tem dermatite atopica e asma/ bronquite que e' a mesma coisa."

Receitou inalacao com remedio (a bombinha dos asmaticos), um xarope para a tosse seca e orientou que qualquer coisa voltar. Enquanto ela digitava o procedimento que seria feito (inalacao) me senti em um campeonato de surf dos filmes. 
- Cara tu vai ficar bom logo ta'?
- Carinha tu e' muito grande para tua idade.

Voltamos para a sala de espera para esperar a enfermeira nos chamar para as inalacoes e assim foram realizadas tres, a medica chamou novamente, o pulmao ja' estava mais "limpo" aberto e fomos embora para casa.

Enquanto esperavamos entre uma inalacao e outra, um bebe mexeu com o Nicolas e a mae puxou papo, perguntou o que ele tinha, eu comentei e ela disse vai tomar XXXX e fazer tal coisa. Ou seja procedimento padrao pelo visto. O bebe tinha um ano e pouco e passou por isso com seis meses.

Voltamos para casa, naquela noite fria, com uma receita para um tratamento de cinco dias, um diagnostico de uma doenca para vida e com a certeza que o medicos estrangeiros sao mais do que bem-vindos mesmo na cidade com um dos melhores IDHM do pais.

* Na hora que consegui deitar so' lembrava das pessoas que moram em Londres e reclamam do NHS (sistema de saude publico de la'), como ja' disse, so' reclama do NHS quem sempre usou plano de saude privado aqui no Brasil. Porque se formos comparar NHS com SUS, desculpa amigos, mas nao tem nem comparacao. 

A gente so' percebe o tamanho do buraco quando esta' dentro dele.

Muitas emocoes nesse recomeco de vida em Terra Brasilis.



* So' para titulo de informacao: se voce tiver uma receita medica, o governo distribui gratuitamente remedio para asma, informe-se com seu medico. Retirei na farmacia a bombinha e comprei esse espacador.

O governo tambem disponibilidade gratuitamente remedio para pressao alta e diabetes.
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