quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Quebrando ciclos.

Ela nasceu e cresceu em uma família que sempre teve e tem até hoje muitos comportamentos negativos. Desde pequena escutou que tudo é ruim "viver é ruim", "sexo é ruim", "ter amigos é ruim, eles mentem, traem", "no mundo só tem pessoas ruins, não confie em ninguém" entre tantas outras coisas.

Mas o tempo, o senhor de tudo, tarda mas não falha. Claro que o estrago já estava feito, ela já havia ouvido tanto e processado toda aquela informação dentro da sua cabeça que não repetia mas pensava "tudo é ruim mesmo". 

O tempo passou, ela foi crescendo, foi para escola, conheceu pessoas, ouviu essas pessoas e de repente começou a trabalhar e conheceu mais pessoas ainda. 

Pessoas felizes, pessoas de bem com a vida, pessoas que a faziam bem.

Luz vermelha.

Naquele momento o mundo entrou em um grande conflito para aquela menina "como assim tem gente boa", "ter amigos é bom", "a vida é boa"... e não precisa ser tudo tão ruim. Que angústia! Como negar tudo que havia ouvido até aquele momento, como ir contra todos da sua família. 

Foi um processo difícil com muitas perguntas sem respostas, com muitos desafios e muita vontade de sair correndo e largar tudo porém ela não podia "não era nada, não tinha ninguém" ao mesmo tempo pensava "tá vendo, sou ruim mesmo". Sim aqueles pensamentos destrutivos continuavam lá em algum lugar.

Depois de algumas vivências e algumas decepções amorosas entrou na faculdade e logo em seguida começou a fazer psicoterapia.

Outro novo mundo se abriu para aquela garotinha que agora já era uma mulher. Se conhecer é fundamental, saber quem você é, do que gosta, o que acredita, é poder fazer escolhas mais conscientes.

Bons anos depois eis que aquela mulher consegue olhar o mundo com mais otimismo, com alguma expectativa e ai entra em um terreno argiloso: expectativa.

Passou a ser "positiva" demais, "vai dar tudo certo", "tudo é lindo", "as pessoas são maravilhosas" e se cegou de um jeito que doeu na alma quando se deu conta que esse caminho também não é o melhor porque as pessoas erram e nunca jamais conseguirão atender nossas expectativas.

Ela se isolou. Cansou de sofrer. Cansou de levar porrada. Cansou de ouvir não, não, não.

Nesse meio tempo fez muita coisa errada também, sem nem perceber, magoou algumas pessoas com falas inadequadas, se magoou, se envolveu com pessoas que não lhe acrescentaram nada, sofreu e fez sofrer.

Se sentiu novamente horrível, ruim, má.

Parou. Respirou. Tentou encontrar um pouco de paz. Ser menos cruel com ela e com o mundo.

Agora está envolvida com outro grupo de pessoas, em outra cidade, longe dos seus apesar do contato a miúdo mas está tentando trilhar novos caminhos.

Escuta com frequência "o mundo é bom", "ninguém é tão ruim que não pode ser bom", "você é uma boa pessoa, ótima profissional" e muitas ou quase todas as vezes ela não sabe como lidar com tudo isso.

Não acredita mais que todo mundo é bom, nem ela sabe mais se há algo de bom nela, mas continua tentando porque desistir nunca foi uma opção para essa mulher.

* E eu continuo torcendo para que ela se de uma chance e seja feliz, por ela.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

2016, o ano

Não quero reclamar de nada não, foi mais um ano como todos os outros com coisas boas e não tão boas.

Na verdade eu só quero agradecer com um belo "muito obrigada" nada de gratidão, a nova palavra da moda. não gosto de moda então muito obrigada ano.

Claro que olhando no geral foi um ano bosta, para falar a verdade e usar a palavra certa, mas olhando aqui pro umbigo, pra nossa vidinha de três foi um ano em que eu e Paulo estivemos empregados (e espero que continue assim), Nicolas redescobriu o prazer em ir para a escola -graças a querida profe Laura, já agradeci milhões de vezes- e eu estou mais tranquila do que nunca. Pra que reclamar.

Continuamos morando em um apartamento pequeno, não tem problema.
Continuamos sem carro, não tem problema.
Continuamos de cabeça erguida, graças a Deus.
Continuamos acreditando no simples, no amor, no outro e na vida e não tem problema também.
Continuamos com poucas panelas e não viajamos nada,  faz parte dos planos - é preciso sacrificar aqui para colher lá na frente e isso sabemos fazer sem problema nenhum.

Crise existe? Claro que existe principalmente a financeira. Porém como vivemos isso desde 2008 acho que aprendemos na raça.

Nem por isso deixamos de fazer coisas. 

Antes de vir morar em Curitiba eu tinha vindo cá somente uma vez, de visita. Fui levada aos principais pontos turístico e pronto. Foi ótimo mas eu queria mais. Então desde que viemos para morar tenho uma listinha de lugares que quero muito ir e esse ano consegui ir em dois dos lugares da lista:

(Teatro Paiol, que é uauuu!!!)

(Teatro Guaíra, que lugar lindo! Que emoção foi estar dentro desse teatro e ver uma apresentação de balet.)

Não posso reclamar de 2016 porque senão estaria sendo muito injusta.

Na minha lista ainda consta:
* ir a um show na Ópera de Arame (estou de olho na agenda).
* ir a uma apresentação na Capela Santa Maria.
* continuar indo ao MON que é maravilhoso e de fácil acesso.

E que venha 2017 com muitos sonhos, desejos e realizações.

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