terça-feira, 26 de novembro de 2013

Nossas impressoes.

* nosso balanco depois de 2 meses e meio (sim ainda estou contando as semanas).

Como vemos/ sentimos o Brasil por enquanto:

Nicolas:
- mae por que as pessoas nunca pedem licenca? (????)
- aqui faz muitooooo calor mas chove e ta' frio. 
- to adorando comer pastel, doce e um monte de coisa gostosa.
- mae quero comer manga todo dia.
- quero ir para o nosso parque (em Londres, em frente da nossa casa, no caminho da escola, o parque do Peter Pan, do barco do pirata e de todos os parques que iamos sempre).
- por que as pessoas abracam tanto e tao apertado? 
- nao entendi ainda porque as pessoas falam tao alto. (nem eu meu filho, nem eu. Gra, a mae).
- queria andar de bici mas aqui nao tem lugar ne'? (ainda naoencontramos lugar, nem temos bici e nao me imagino dentro do onibus lotado com bicicleta para irmos ao parque que fica 20 minutos no onibus mais uns 15 caminhando).
- sera' que meus amigos da escola estao com saudade de mim e ainda lembram de mim. (ui essa doeu e muito).


Eu - Gra'
- eu nao lembrava o quanto o brasileiro fuma.
- eu nao lembrava o quanto os brasileiros se agarram, se abracam, se beijam e se amassam em qualquer lugar e a qualquer hora (e pessoas de todas as idades nao sao so' a molecada "jovem" nao).
- meu coracao esta' em frangalhos por ver tanto morador de rua em situacao tao vuneravel, familias inteiras as vezes, e serem tao invisiveis aos olhos de todos (eu fico paralisada muitas vezes por nao conseguir fazer muito, quer dizer nao poder fazer nada).
- que calor, que calor, que calor, que chuva, que chuva, que chuva, quanto raios e trovoes, ta' frio. Isso e' Curitiba (3 dias seguidos de sol e calor uns 5/6 de dias nublados, com garoa, chuva, frio mas nao esquenta logo vem mais 2 dias de calor e esta' tudo bem).
- eu me sinto uma mendiga andando na rua. Nao sei se eu que mudei demais da conta ou as mulheres estao muito mais arumadas e eu me sinto a largada, levo cada olhada da cabeca aos pes que e' de chorar mas nao to nem ai;
- tenho a impressao de que aqui tudo e' demais: calor demais, chuva demais, comida demais, falacao demais, cores demais. Tudo muito intenso e o que tem de menos, so' algumas roupas (de algumas mulheres, senhor ajuda-me a nao ver o que nao preciso, amem!).
- acho que tinha perdido totalmente a nocao de preco das coisas aqui. Tudo parece tao caro mas tao caro que nem sei o que dizer.
- vou comecar uma campanha: Nao de doces para meu filho, por favor. Cara que absurdo a quantidade de doces que dao para as criancas em qualquer lugar, ate' nas farmacias, que coisa sem logica.
- saudade de Londres, saudade dos meus amigos, saudade dos nosso encontros.
- saudade de conversar toda semana com minha amiga, como faziamos.
- vontade de trabalhar, de estar com a rotina mais ajeitada, de nao ter que depender de "QI" para conseguir algo (odeio isso, quero conseguir algo pelas minhas capacidade e nao porque alguem me indicou aff).
- vontade de viajar mas enquanto nao conseguir um trabalho nao posso me dar esse luxo.

*** esqueci de algo: - brasileiro continua nao sabendo o que e' bunda, isso mesmo, tem que quebrar o pescoco para olhar uma e se certificar o que e'. E nao importa se a mulher esta' acompanhada ou nao, ele olha mesmo na cara dura. Que nojo e falta de repeito, e' incrivel de triste.

Tem muito mais coisa mas paro por aqui porque nao quero parecer tao negativa. Tem sido bom apesar dos desafios.

Algumas vitorias boas depois de um processo trabalhoso mas conseguimos: Nicolas ja' tem CPF (que deu mais dor de cabeca que tudo mas saiu), RG e escola publica municipal para o ano que vem (conto mais em outro post porque merece).

Agora quero fazer uma brincadeira, uma apostinha como diz meu marido, ele adora brincar de apostinha boba e no final rimos ate'. Entao vamos la': quanto tempo voces acham que nos conseguiremos ficar sem carro?

Apostas, por favor e vamos rir porque e' o melhor remedio, tem jeito nao.

Essa foto naotem nada a ver mas deu vontade de colocar aqui.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Rir e' o melhor remedio.

Antes de contar meu "causo" da quarta-feira quero fazer duas observacoes. Ah! tenho vivenciado varios "causos" por aqui, e' bem gostoso esse resgate da cultura brasileira.

--> As observacoes:

1) Pare uns segundos e pense no que te vem a mente quando alguem te fala Londres. Mais pra' frente voce vai entender porque eu te pedi para fazer isso.

2) Desde que cheguei aqui em Curitiba sempre que no meio de uma conversa surge a pergunta "voces estao vindo de onde?" eu digo Sao Paulo. 

Por dois motivos (eita que hoje e' dia do dois): 
* seguranca - tenho medo de sofrermos algo porque estamos vindo de exterior e cheios de dinheiro. Se alguem achar a parte do "cheios de dinheiro" me avisem por favor. So' para deixar claro, NAO estamos cheios de dinheiro. Estou procurando trabalho e preciso comecar janeiro ja' empregada, se por acaso eu nao conseguir nada na minha area vou partir para qualquer outro emprego: supermercado, loja, o que aparecer porque nao da' para ficar sem trabalhar no Brasil. 
* nao tenho porque ficar falando da minha vida para quem acabei de conhecer. Me desculpem mas e' isso mesmo, podem ate' me chamar de chata, exibida, orgulhosa (como ja' fui chamada) ou sei la' mais o que. O que eu gostaria que algumas pessoas entendesse e' que nao sou melhor do que ninguem so' porque morei um tempo fora. Algumas pessoas as vezes ate' olham com um ar de "blergh" quando dizem que eu morei em Londres. Entao prefiro continuar quieta e na minha.  Este post esta' otimo e concordo com muita coisa que a autora diz.

So' comento que estamos vindo de Londres com que eu acho necessario. Os familiares e amigos mais proximos ja' sabem, ai inclui medicos e pessoas que me entrevistam para saber sobre.

****
Agora o "causo" da quarta.

Conheci uma senhora muito gente boa, fala baixa, calma, parecida com uma senhora seria daquelas que tem muita experiencia mas muito, muito humilde mesmo. Me ouviu e quando disse que estavamos vindo de Londres (ela precisava saber) levantou a pestana e redobrou a atencao (so' depois entendi o motivo).
Quando terminei aconteceu um dialogo mais ou menos assim:
- Voces estao vindo de Londres, foi? 
- Isso, Londres.
- La' e' maravilhoso ne? Primeiro mundo.
- E' (tenho me limitado a dizer isso, nao adianta gastar saliva e dizer que la' tem muitos problemas tambem. As pessoas continuam imaginando que o "exterior" e' um mundo encantado paralelo e que somente aqui no Brasil e' tudo terrivel, horroroso).
- Uma vez fui para la' de excurssao. Falou a senhora toda feliz.
- Que bom e a senhora gostou de la'? 
- Adorei. Tudo tao lindo ne'? Teve um dia que fomos em uma loja dessas de departamento, tipo a Marisa mas era enorme, tinha coisas de casa - essas coisas de cama, mesa e banho, muita roupa - aquele monte de araras e as roupas la' que voce podia ver (acho que ela estava falando da Primark) e tinha tambem calcinhas. Nossa umas calcinhas tao boas, sem costura, que vem 3 em um cabide sabe?
- Sei.
- Comprei algumas e no outro dia fiz todos irem comigo la' para eu trazer um estoque. Esses dias mesmo eu tava falando com umas amigas que temos que voltar para Londres porque to precisando de calcinhas.

A conversa depois voltou ao rumo que ela tinha que seguir e minutos depois vim embora.

Fiquei pensando nessa conversa e acho que o que faz o brasileiro aguentar tantas "pauladas" e' um pouco desse humor, dessa leveza. E' preciso rir de algumas coisas, deixar outras para la' e seguir o caminho.

Quando voce pensou em Londres, o que veio a mente? O Big Ben, o Parlamento, a National Gallery, Shakespeare, o frio, uma cidade rica, os soldados no Vietna/ Iraque, fish and chips, onibus de dois andares, as cabines telefonica, os incendios, as pontes e tantas outras coisas mas acho que nunca voce relacionaria LONDRES com CALCINHAS sem costuras.

E' ou nao e' para rir e ficar mais leve assim como as ditas calcinhas porque rir ainda e' o melhor remedio.

(Foto de outubro/ 2013 - Esse menininho continua me dando leveza para as coisas pesadas da vida e continua assoprando a plantinha linda.)


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Como posso ajudar?

Lembro que participava de um grupo em uma igreja que eu frequentava e tinhamos um contato muito proximo com o padre. Eu fazia parte da Pastoral da Comunicacao e juntos -eramos em um grupo ate' que grande com umas oito pessoas na ativa- faziamos um jornal mensal. Era uma delicia mas bem trabalhoso tambem, com prazos para cumprir, levar arquivo para grafica, buscar material impresso, distribuir e tudo mais

Aprendi com esse grupo que se for reclamar de algo ja' tenha alguma solucao na cabeca porque era assim com aquele lider (o padre na epoca). Se voce tinha uma sugestao de algo ja' tinha que ir preparado para realiza-la. 

Outro dia (26/10) postei isso no facebook e agora quero trazer para ca' para ficar registrado.

***

Aos sabados vamos a uma feira de rua que na frente tem um parquinho.

Ele e' simples, tem 3 brinquedos mas e' em uma boa area com areia e as criancas podem correr.
So' que essa area do parque e' suja, a areia e' suja, cheia de bitucas de cigarros, cacos de vidros, caixinha de cigarro, latinhas, copo de plasticos etc.
Isso me incomodou desde a primeira vez que fomos la'.
Hoje pensei: "o que eu posso fazer aqui para melhorar essa situacao?"
E enquanto meu filho subia no escorregador, dei uma olhada ao redor e tinha alguns pais (poucos) que nao pareciam incomodados, algumas criancas brincavam de fazer castelos na areia e eu so' pensava na areia suja.
Como eu queria um rastelo.
Entao vi a kombi do pessoal da limpeza da prefeitura, que faz a limpeza da rua assim que a feira termina. 
Fui la' e perguntei se eles tinham uma pinca e um saco de lixo para me emprestar que eu ia limpar um pouco o parque.
A cara do homem foi engracada, eu acho que ele pensou: "que que essa mulher ta' falando". Mesmo assim me emprestou a pinca, me ensinou como usava porque era um modelo que eu nunca tinha visto e perguntou se eu queria ajuda .
La' fui eu, a pinca, o saco de lixo e meu filho de volta para o parque. Enquanto o pequeno brincava, eu fiquei catando a sujeira. 
Meu filho comentou que eu tava parecendo um varredor de rua, aproveitei para dizer o quanto esse profissional e' importante porquem sem ele o parque fica sujo, emendei e comentei que as "pessoas precisam ajudar tambem senao o parque nao fica limpo. O varredor limpa, alguem vai e suja e quando chegamos esta' daquele jeito, sujo".
Era quase meio dia. Ficamos la' uma meia horinha, nao consegui limpar a areia inteira mas metade consegui.
Voltaremos la' e farei o mesmo caso ainda esteja sujo. 
Os olhares das pessoas era de surpresa, espanto e de risinhos de canto de boca mas eu nem dei bola.
So' lembrava da Claudia* dizendo que precisamos cuidar dos espacos publicos, nossos espacos publicos.
Nao fiz para me aparecer nem estou contando aqui para isso. Fiz pelo meu filho, pelas criancas que frequentam aquele espaco, por nos.
So' estou dividindo o que aconteceu porque so' reclamar nao adianta, so' dizer que a areia esta' suja, que ninguem cuida, que a prefeitura nao faz nada, que o brasileiro isso ou aquilo tambem nao faz magica. E eu o que estou fazendo? Nada tambem.
Entao antes de reclamar vamos tentar ajudar, achar solucao e fazer nossa parte.
*Sei que cuidar de parques e pracas nao e' algo novo mas se cada um fizer a sua parte, juntos podemos fazer muito.


*Para conhecer mais a Claudia e' so' dar um pulinho no blog Simplesmente.

** Vamos nos "apropriarmos" dos espacos publicos, eles sao nossos e nos fazem muito bem. Menos computadores, mais brincadeira.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Curitiba e' Colorida!

 De repente encontramos esse "casarao" em uma esquina.
 Os grafites espalhados pela cidade sao lindos. Verdadeiras obras de arte.

 A entrada da Catedral tem um charme especial.
As cores da Primavera da' a entender que o Verao esta' chegando ao mesmo tempo lembrei tanto das cores do Outono.

Existe muita cor e muito amor em Curitiba.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Uma historia da historia.

Queria muito ler algo. 
Algo leve talvez engracado, nada muito dramatico, nem romantico demais. 
Nao queria nada que me prendesse muito, nada que me tirasse o sono para isso ja' bastava a insonia, ansiedade e as preocupacoes da nova vida.

Entao o que eu fiz? Pedi ajuda aos amigos:

Em respeito as vezes ocultei os nomes e as fotos dos perfis 
ja' que nao pedi autorizacao para ninguem para postar a publicacao aqui.

Peguei a lista e fui no sebo. Para meu desespero nao tinha nenhum desses livros e enquanto meu filho fucava os gibis eu fiquei passando os dedos e os olhos nos titulos.

Deixa so' eu contar uma coisa: esse sebo e' bem simples, pequeno, nada muito organizado. O forte dele sao as revistas e revistinhas, ai a coisa e' mais seria. Os livos estao la' para quem quiser e so' depois descobri porque.

Dentre os muitos livros de auto-ajuda, religiosos/ espiritas e alguns de literatura nacional avistei uma pilha generosa de livros da Agatha Christie. Confesso que nunca havia lido nenhum livro dela e a unica coisa que eu sabia era que eram historia mais policiais, de suspense e que ela era britanica ou inglesa.

Naquela pilha um livro em particular me chamou a atencao, peguei-o e li a contracapa (a capa das costas do livro), o preco era otimo e pensei: "vai ser esse mesmo".

Engracado que o nome do livro era "Filha e' Filha" e mostra um outro estilo da escritora. Gostei porque foi algo leve e li em poucos dias mas nao sei se compraria outro desse estilo ou da mesma autora. 

O que eu mais gostei? A historia se passe em Londres. E' incrivel ler e lembrar de alguns lugares que eu ja' estive alem disso e' um livro de 1952 e os dramas continuam tao atuais.

O que eu menos gostei? Apesar de gostar da trama mae>filha, achei a narracao um pouco fraca. Ou seria a mae que fraquejou e deixou a coisa desgringolar? Ou sera', ainda, que eu vi naquela mae a minha mae e fiquei com raiva?  Nao sei.

O melhor mesmo e' que li algo, consegui dormir um pouco melhor porque me ocupava lendo e quando deitava conseguia dormir de 4 a 6 horas seguida e quando voltei no sebo descobri que ele funciona quase como um local de troca. Se o livro estiver em bom estado o senhor compra o livro de volta pela metade do preco. Entao peguei outro que eu relutei em comprar da primeira vez (e e' o livro que estou lendo agora) e ele abateu metade do preco do primeiro. Adorei esse escambo.

A sinopse do livro da Agatha Christie "Filha e' Filha" diz assim:

"Aos 19 anos, Sarah, filha única de Ann Prentice, viaja para uma estação de esqui na Suíça. Com a partida, Ann passa a sentir um estranho vazio - ela não se sentia assim desde a morte do marido. Na mesma noite, essa mãe dedicada conhece um homem com uma história de vida trágica, e os dois se apaixonam. Acostumada com a atenção integral da mãe, ao voltar de férias, Sarah terá uma surpresa..."

Mais informacoes aqui.

Uma frase que eu grifei e que me fez pensar, me deu um cutucaozinho de leve (principalmente pelo momento que estou passando) "... quando ficamos um bom tempo longe, a tendencia e' voltarmos para casa e colocarmos defeito em tudo que nao e' exatamente como lembramos." Sr. Cauldfield.

Esse foi o livro que eu li em outubro em meio a tantas coisas que fiz. E este post faz parte do Mosaico do Blog da Clau. (Atualizo amanha porque agora esta' dando erro e o blog nao abre)
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